Turvo tudo de um jeito quase nada
Um desalento em fumaça
Um nó entalado na minha garganta
Um sapato velho deixado de lado
Assim tão fácil, tão rápido, tão pueril.
Na minha cabeça dolorida há lembraças do vinho que tomei ontem e
de todos os vinhos dos que pisaram pelo mesmo chão que passei.
Dentro da minha memória (que se acessa através de um furo com britadeira)
Há um arquétipo ambulante
Cheio de estereótipos mal elaborados
O meu eu repetidas vezes de todas as cores e formas
Querendo falar ininterruptamente até não conseguir mais
E quando a boca não conseguir mais falar
Vou falar com o corpo, Meu corpo
Com movimentos desajeitados, desequilibrados até à precariedade e dizer, dizer, dizer!
Dizer o quê?
Querendo falar ininterruptamente até não conseguir mais
E quando a boca não conseguir mais falar
Vou falar com o corpo, Meu corpo
Com movimentos desajeitados, desequilibrados até à precariedade e dizer, dizer, dizer!
Dizer o quê?
Quero ser hegemônica de fato sobre onde habito
Porque hoje tenho limitações.
Há câmeras em todos os buracos
Se duvidar até no buraco do meu e do seu cu
Do cu dos meios ambientes, cada vez mais metade, mais pedaços de outros ambientes:
Não-espaços falantes no meio do silêncio de quem não reclama.
Cris Campos
São Luís, 18 de novembro de 2011.
Mas ah! Já tinha vindo aqui e não o tinha visto. O diagnóstico é perfeito: será que um jornal o publica? Beijos muitos
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