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Spray de Pimenta Noir
(Letra e música: Cris Campos, Beto Pio e Ramúzyo Brasil)

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Diagnóstico





Turvo tudo de um jeito quase nada


Um desalento em fumaça


Um nó entalado na minha garganta


Um sapato velho deixado de lado


Assim tão fácil, tão rápido, tão pueril.





Na minha cabeça dolorida há lembraças do vinho que tomei ontem e


de todos os vinhos dos que pisaram pelo mesmo chão que passei.


Dentro da minha memória (que se acessa através de um furo com britadeira)


Há um arquétipo ambulante


Cheio de estereótipos mal elaborados








O meu eu repetidas vezes de todas as cores e formas


Querendo falar ininterruptamente até não conseguir mais


E quando a boca não conseguir mais falar


Vou falar com o corpo, Meu corpo


Com movimentos desajeitados, desequilibrados até à precariedade e dizer, dizer, dizer!


Dizer o quê?






Quero ser hegemônica de fato sobre onde habito


Porque hoje tenho limitações.


Há câmeras em todos os buracos


Se duvidar até no buraco do meu e do seu cu


Do cu dos meios ambientes, cada vez mais metade, mais pedaços de outros ambientes:


Não-espaços falantes no meio do silêncio de quem não reclama.







Cris Campos




São Luís, 18 de novembro de 2011.

Um comentário:

  1. Mas ah! Já tinha vindo aqui e não o tinha visto. O diagnóstico é perfeito: será que um jornal o publica? Beijos muitos

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