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Spray de Pimenta Noir
(Letra e música: Cris Campos, Beto Pio e Ramúzyo Brasil)

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Histórias na Madre...

Grupo de Bumba-meu-Boi em frente à capela de São Pedro

Grupo de Bumba-meu- Boi em frente à capela de São Pedro

São Pedro na capela se preparando para navegar

(todas as fotos foram carinhosamente confiscadas do orkut da minha amiga Marioca Michele Durães)

"Dá origem pro meu som que anuncia, a Madre Deus soando seu batalhão"


A Madre Deus, bairro onde literalmente nasci e fui criada pelos meus pais, é hoje em mim um lugar de muitas experimentações e experiências.

A Madre sempre foi um bairro simples, de vizinhança antiga, crianças brincando na rua ou na Praça da Saudade. Neste mesmo cenário, uma diária boemia reside nos bares e inspira as mais belas composições dos tantos músicos que lá frequentam ou moram.


Do centro de tudo isso, o cemitério mais antigo da cidade: "Gavião", que já vocifera na entrada o destino de cada um: "Nós os ossos que aqui estamos, pelos vossos esperamos". O engraçado é que defronte do cemitério está a Praça da Saudade (dicotomicamente a mais triste e feliz da cidade, pois já é um espaço tradicional de shows carnavalescos e juninos da Ilha).

Nas festas juninas, quando eu era menininha, minha mãe me acordava de manhã cedo no dia 29 pra ir ver os grupos de Bumba-meu-Boi pagarem suas promessas para São Pedro, lá na capela do Santo, perto do Ceprama (antiga fábrica têxtil, cuja matéria-prima utilizada era a fibra do Cânhamo, um parente direto da Cannabis) - hoje, centro cultural administrado pelo Governo do Estado.

Bem, cresci e jamais deixei de ir à capela. Guarneci todos os anos com a boiada e com o povo colorido, tão cheio de fé, de álcool, de loucura, de suor, de choros, de sorrisos, de abraços, de brigas, de entregas, de contato, de vida. Um filme que se repete e se difere a cada ano. Algo que só estando presente para sentir tamanhas sensações e imagens que se entranham ao mesmo tempo em um único ser.

Imagens de meu baú: balões coloridos no céu e as pessoas coloridas na terra. A Madre é assim.

beijos e nostalgia.

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